O dia de ontem foi marcado por uma longa caminhada e o de hoje por kilometros de pedalada. Sim, fazendo jus ao nome do blog e lembrando que sempre existe esporte na minha mochila, encontrei uma ótima forma de se deslocar por Londres: de bicicleta. Você se exercita, se diverte, economiza tempo e também dinheiro, afinal o aluguel da bike é mais barato do que uma passagem de metro (acredite, apenas 2 Libras por 24 horas!). O passeio de bike não estava programado e o roteiro do dia era ir ao Portobello Road de metro direto para Notting Hill Gate. Mas graças a um problema na linha do trem em South Kensigton (onde faria a baldiação) resolvi ir a pé e me deparei com as bicicletas durante o caminho.
Antes de falar do passeio de bike, uma dica para quem curte museus e música. Saindo da estação de metro de South Kensigton existe uma região cheia de museus bem interessantes para se visitar em Londres. Pela Exibhition Road é possível ter acesso a todos eles, dentre os quais destaco o Victoria and Albert Museum (o melhor dos três museus fundados durante a Great Exhibition de 1851), Museu de História Natural (instalado em prédio neogótico maravilhoso) e o Museu da Ciência (favorite das crianças, pois retrata as história das invenções desde a primeira locomotive a vapor). Destaque para para o Museu de História Natural, que recebe visitantes gratis diariamente das 10:00 às 17:50. Mas, claro, a fila é bem grande. Para os fãs de música, atrás do Sciene Museum fica o Royal College of Music e, próximo dali, o Royal College of Organists, além do Royal College of Art. Todas estas faculdades ficam ao redor do Royal Albert Hall, um prédio arredondado, suntuoso, que costuma receber shows famosos, como o da cantora britanica Adele. O seu dvd foi gravado ali. É possível fazer tours pelo seu interior a partir de 11.50 libras por adulto, É aconselhável fazer reservas prévias para os tours pelo site www.royalalberthall.com .
Do lado oposto ao Royal Albert Hall está o Albert Memorial, dentro do Hyde Park. Olhando aquele parque lindo, com árvores começando a florescer, achei melhor ir caminhando rumo a Notting Hill Gate, até mesmo para cortar caminho pela “The Broad Walk. Logo na entrada, vimos algumas pessoas alugando algumas bicicletas e fomos nos informar. O processo é simples e não é preciso prévio cadastro. Basta selecionar a quantidade de bicicletas, o period, inserir cartao de credito e aceitar os termos e condições. Pronto! Um bilhete é emitido com uma senha, você a digita na estação, aguarda o sinal verde e pega sua bicicleta. A sensação de satisfação e liberdade foi imensa. Parecia uma criança e em poucos minutos já estava do outro lado do parque e como vi que seria dificil andar pelo bairro com ela, principalmente pela quantidade de pessoas passando, resolvi deixa-la emu ma outra estação e seguir a pé. Mas a sensação de “quero mais” é inevitável.
Segui rumo a Notting Hill Gate e entramos em uma rua chamada Pembridge Road para ter acesso a Portobello Road e seu famoso Mercado de rua. A rua de comércio alternativo e é uma prévia do que irá ver em Portobello Market. Se estiver com fome quando estiver passando por este ponto, recomendo experimentar uma pizza no Arancina. O número deste pequeno e simpatico restaurante é 19, mas fica mais fácil de lembrar se disser que existe um carro laranja em sua vitrine, com pizzas saindo pelas janelas. Estranho? Mas aposto que não vai esquecer. Notting Hill é uma região basicamente residencial onde diversas etnias e classes sociais convivem em harmonia. Mas o bairro ficou realmente famoso com o filme estrelado por Julia Roberts e Hugh Grant. Ainda existem algunas resquícios do filme pelo bairro, mas confesso ter ficado frustada ao procurar a livraria e no lugar encontrar uma loja de sapatos. Atualmente, o bairro é visitado todos os dias pelas lojas, principalmente de antiguidades na Portobello Road. Mas o dia mais agitado e que vale visitar é no sábado. Centenas de pessoas visitam o Portobello Road Market, o qual é dividido em três: antiguidades, comidas/verduras/frutas e um que mistura artesanato, bugigangas e roupas.
Almoçamos uma lanche com linguiça apimentada e cebolas (divino!) em uma das barracas por ali e pegamos um ônibus rumo ao Hyde Park para retomarmos o passeio de bike. Assim que avistamos uma estação de bicicletas (existem varias espalhadas pela cidade), descemos. O papel com a senha de retirada expira em 10 minutos e basta inserir o cartão de credito que comprou a anterior e uma nova senha é impressa. Como disse antes, são 2 Libras por 24 horas. Basta repetir o processo anterior e voi lá…lá estamos nós pedalando novamente. Nosso roteiro de bike começou pelo Hyde Park (próximo a serpentine) e terminou nos arredores de Strand, a beira do Tamisa. Cruzamos o Hyde Park, passando pelo Green Park, Buckingham Palace, The Mall, St. James Park, Abadia de Westminster, Parlamento, Big Ben, atravessando a Westminster Bridge, London Eye, Waterloo Bridge, até chegar ao Cleopatra’s Needle. No googlemaps, a distância do percurso é de aproximadamente 7,5 km. Mas que pode ser feita por qualquer pessoa que saiba andar de bicicleta e queira conhecer Londres de uma forma diferente, divertida e saudável. E se mesmo assim não estiver convencido, as imagens do percurso falam por si só, veja:
Como terminamos o passeio por volta das 16:30, optamos por um chá da tarde no The Lanesborough at Hotel St. Regis, considerado por muitos o melhor chá da tarde (ou das cinco) em Londres. Vencedor do The Tea Council Award of Excellence (uma espécie de “Oscar” dos chás) por vários anos, inclusive em 2012, o chá é maravilhoso e vem acompanhado de deliciosos sanduíches, geléias, cremes e docinhos do premiado chef de patisserie Tal Hausen. O chá fica por conta do famoso sommelier Karl Kessab. Você leu certo, existe sommelier de chás! O preço por pessoa é a partir de 38 libras (sem champagne), podendo variar conforme a opção de champagne escolhido. Das muitas opções, escolhi o chá Darjeeling, conhecido como o “champagne”dos chás. Dispensei o leite para sentir mais o sabor. É gostoso, mas talvez por não ser especialista achei apenas ok. Não sei se o chá tem efeito calmante ou foi o passeio de bike, mas ao fim do chá das cinco eu estava desmaiando de sono e tive que ir correndo para o hotel de onde não sai mais.